1 “Ó Deus, por acaso o ser humano não trabalha dia após dia, arduamente, sobre a terra? Não são todos os seus dias como os de um assalariado?
2 Como o escravo que suspira pelas sombras e o repouso do entardecer, como o assalariado que anseia pelo pagamento,
3 assim me ofereceram meses de ilusão, e noites de desgraça me foram destinadas.
4 Quando enfim me deito, questionam-me os pensamentos: ‘Quanto tempo terei de repouso? Quando me levantarei?’ Então a noite se arrasta e eu fico me virando na cama até que vejo o romper da aurora.
5 Meu corpo está tomado pelos vermes e de crostas de ferida, observo minha pele se rachando e vertendo pus.
6 Meus dias passam mais depressa que a lançadeira do tecelão, e chegam ao fim do mesmo jeito que começaram: sem esperança.