Deuteronómio 2 BPT09D

Vagueando pelo deserto

1 «Fomos então de novo para o deserto, em direção do Mar Vermelho, tal como o Senhor me tinha mandado, e passámos muito tempo à volta das montanhas de Seir.

2 Um dia o Senhor disse-me:

3 “Já chega de andar à volta destas montanhas! Dirijam-se para norte,

4 e avisa o povo de que vão passar pelo território dos vossos parentes, os descendentes de Esaú, que habitam na região de Seir. Ainda que eles vos temam, tenham muito cuidado.

5 Não entrem em luta com eles, pois eu não vos dou nem um palmo da sua terra, porque dei as montanhas de Seir à família de Esaú.

6 Comprem-lhes com dinheiro o que precisarem para comer e a água de que precisarem para beber.

7 O Senhor, teu Deus, abençoou todos os teus empreendimentos e tem acompanhado o teu caminhar por este deserto interminável. Há quarenta anos que ele está contigo e nada te faltou ainda.”

8 Depois de atravessarmos o território dos nossos parentes, os descendentes de Esaú que habitavam em Seir, seguimos pelo caminho de Elat e Ecion-Guéber e virámos em direção ao deserto de Moab.

9 O Senhor disse-me então: “Não provoques os moabitas, que são descendentes de Lot, nem faças guerra contra eles, pois fui eu que lhes dei a região de Ar e não te vou dar a ti nenhuma parcela do seu território.”

10 Antigamente viviam em Ar os emitas, povo forte, numeroso e de alta estatura como os descendentes do gigante Anac.

11 Pensava-se que eles eram refaítas, mas afinal eram descendentes de Anac e os moabitas chamavam-lhes emitas.

12 Na região de Seir habitavam antigamente os horritas, mas os descendentes de Esaú apoderaram-se das suas terras. Destruíram-nos e instalaram-se lá, tal como fez Israel na terra que o Senhor lhe destinou para sua propriedade.

13 “E agora vamos! Atravessem o vale do Zéred” — disse o Senhor. E assim fizemos.

14 Desde que saímos de Cadés Barneia até atravessarmos o vale de Zéred, passaram-se trinta e oito anos, o tempo suficiente para desaparecer a geração de homens de guerra que existia no acampamento, tal como o Senhor tinha jurado que aconteceria.

15 O próprio Senhor foi fazendo com que eles desaparecessem até não ficar um único.

16 Depois de terem desaparecido todos os homens de que o povo podia dispor para a guerra,

17 o Senhor disse-me:

18 “Vais hoje mesmo atravessar a fronteira de Moab e a região de Ar.

19 Vais chegar até ao território dos descendentes de Amon, mas não os provoques nem faças guerra contra eles, porque também são descendentes de Lot e eu dei-lhes a posse desse território. Já não te vou dar nenhuma parte dele a ti.”

20 Também esse era considerado território dos refaítas, que lá viviam antigamente, e os descendentes de Amon chamavam-lhes zamezumeus.

21 Era também um povo forte, numeroso e de alta estatura, como os descendentes do gigante Anac. Mas o Senhor destruiu-os e os descendentes de Amon desalojaram-nos e tomaram posse do território, em lugar deles.

22 Foi o mesmo que aconteceu com os descendentes de Esaú, que agora habitam em Seir. O Senhor destruiu os horritas e os descendentes de Esaú vieram desalojá-los e instalaram-se no seu lugar e é lá que agora vivem.

23 O mesmo aconteceu aos heveus que viviam nas aldeias próximas de Gaza. Vieram os filisteus, originários de Creta, destruíram-nos e instalaram-se lá.

24 “Vamos!” — disse o Senhor: “Ponham-se a caminho e atravessem o vale do rio Arnon. Nas tuas mãos entrego o amorreu Seon, rei de Hesbon, e o seu território. Declara guerra contra ele e toma posse do seu território.

25 De hoje em diante, vou fazer com que todos os povos da terra vos temam e vos respeitem. Quando tiverem conhecimento da vossa fama, hão de tremer e ficarão cheios de angústia.”»

Vitória de Israel sobre Seon

26 «Desde o deserto de Quedemot, enviei mensageiros a Seon, rei de Hesbon, com a seguinte proposta de paz:

27 “Vou ter de atravessar o teu território, mas não sairei do caminho principal, nem para um lado nem para o outro.

28 Deixa-me comprar aquilo de que precisarmos para comer e água para beber. Só queremos que nos deixes passar,

29 até atravessarmos o rio Jordão, a fim de irmos para a terra que o Senhor, nosso Deus, nos vai dar. Os descendentes de Esaú, que vivem em Seir e os moabitas que vivem na região de Ar também nos deixaram atravessar os seus territórios.”

30 Mas Seon, rei de Hesbon, não consentiu que passássemos. Foi o Senhor, vosso Deus, que endureceu a sua mente e o seu coração, para assim o entregar nas vossas mãos, e assim continua ainda hoje.

31 O Senhor disse-me: “A partir de agora, vou entregar-te Seon e o seu país. Entra no seu território e toma posse dele.”

32 Seon saiu ao nosso encontro com todo o seu exército, para nos dar batalha em Jaás.

33 Mas o Senhor, nosso Deus, colocou-o nas nossas mãos e nós derrotámo-lo a ele, aos seus filhos e ao seu exército.

34 Conquistámos naquela mesma altura todas as cidades e as condenámos à total destruição. Não deixámos escapar ninguém.

35 Só ficámos com os animais e com os despojos das cidades conquistadas.

36 Desde Aroer, que está na encosta do vale de Arnon, e da cidade que está mesmo no vale até Guilead, não houve povoação que nos resistisse. O Senhor entregou tudo nas nossas mãos.

37 Só no território dos descendentes de Amon é que não entrámos, tal como não entrámos na região do rio Jaboc e nas cidades da montanha, nem nos outros lugares que o Senhor, nosso Deus, nos tinha proibido de atacar.»

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