Isaías 47 BPT09D

Humilhação da Babilónia

1 Ó cidade da Babilónia, capital dos caldeus,desce do teu trono e senta-te por terra, no pó;porque já não te chamarão: «A delicada e a alegre».

2 Pega nas duas pedras do moinho e faz a farinha;tira o véu do teu rosto, arregaça o teu vestido,descobre as tuas pernas e atravessa os rios.

3 Põe-te nua diante de todos,para que possam ver o que tu cobres com vergonha.Vou vingar-mesem que ninguém me possa impedir.

4 Quem o diz é aquele que nos salva,que tem por nome: o Senhor do Universo,o Santo de Israel.

5 Senta-te, calada e esconde-te nas trevas,capital dos caldeus,porque já não te chamarão mais:«Senhora dos impérios».

6 Eu estava irado contra o meu povo,deixei que fossem desonrados os que me pertenciam,entregando-os nas tuas mãos.Mas não tiveste compaixão deles,pois esmagaste os velhos com o peso do teu jugo.

7 Dizias: «Serei a dominadora do mundo para sempre»;não refletiste nem pensasteno que te poderia vir a acontecer.

8 Agora escuta com atenção, ó desavergonhada,tu que reinavas tranquilamente, e dizias a ti mesma:«Ninguém é semelhante a mim; nunca ficarei viúva,nunca saberei o que é ficar sem os meus filhos!»

9 Ambas as desgraças cairão sobre ti,num só dia e de repente:ficarás viúva e sem filhos ao mesmo tempo.Tudo isto, apesar das tuas muitas bruxariase do grande poder dos teus magos.

10 Punhas a tua confiança nas tuas maldadese dizias: «Ninguém me vê!»A tua sabedoria e a tua ciência transtornaram-te;por isso, é que dizias: «Eu e mais ninguém!»

11 Virá sobre ti uma tal desgraça,que não saberás como a esconjurar;cairá sobre ti uma catástrofe,da qual não te poderás proteger;sobre ti cairá repentinamenteum desastre, que nunca imaginavas.

12 Insiste, pois, nas tuas bruxariase nas tuas numerosas receitas mágicasa que te dedicaste desde a juventude.Talvez te possam servir para esconjurar a desgraça.

13 Cansaste-te a procurar conselheiros;que se apresentem e te salvemos que dividem o céu por zonas, auscultando os astrospara anunciar todos os meses o que te vai acontecer.

14 Tornaram-se como a palha que o fogo devora;não conseguem escapar ao poder das chamas.Não são como brasas na lareira,onde nos sentamos para aquecer.

15 Assim será a sorte dos adivinhos,que te esforçavas por consultar desde a juventude.Cada qual fugirá para seu cantoe nenhum te poderá salvar.