Neemias 2 BPT09D

1 No mês de Nisan do ano vinte do seu reinado, quando eu ia servir-lhe o vinho, o rei deu-se conta de que eu estava muito triste, o que antes nunca tinha acontecido.

2 Perguntou-me ele então: «Que é que tu tens? Tu não estás doente. Portanto, isso só pode ser uma grande preocupação!» Eu, com bastante receio,

3 respondi-lhe: «Que Sua Majestade viva para sempre! Como não hei de eu andar triste, se a cidade onde estão os túmulos dos meus antepassados está em ruínas e as portas das muralhas destruídas pelo fogo?»

4 Perguntou-me o rei: «Que queres tu que eu te faça?» Então eu, elevando a minha prece ao céu,

5 respondi-lhe: «Se parecer bem a Sua Majestade e se eu estou nas suas boas graças, permita-me que eu possa ir à província de Judá, à cidade onde estão sepultados os meus antepassados, para que eu a reconstrua.»

6 O rei, que tinha a rainha sentada a seu lado, perguntou-me: «Quanto tempo durará a tua viagem e quando é que voltarás?» Eu então indiquei-lhe datas e ele consentiu em me deixar ir.

7 Pedi-lhe também consentimento para que me fossem entregues cartas dirigidas aos governadores que estão a ocidente do rio Eufrates, para que eles me deixassem seguir livremente para a terra de Judá.

8 Pedi igualmente uma carta para Assaf, que era o guarda das florestas do rei, com o fim de conseguir dele madeira para as portas da fortaleza próxima do templo, para as portas das muralhas da cidade e para a casa onde eu iria habitar. E o rei concedeu-me tudo o que eu pedi, porque o meu Deus me ajudou.

9 Artaxerxes enviou juntamente comigo uma escolta de cavalaria e de chefes militares. Pus-me então a caminho para ir ter com os governadores a oeste do Eufrates e fiz-lhes entrega das cartas do rei.

10 Mas quando souberam da minha chegada, Sanebalat, da cidade de Horon, e Tobias, funcionário amonita, ficaram profundamente irritados por ter vindo alguém que se interessava pelo bem-estar dos israelitas.

A reconstrução de Jerusalém

11 Cheguei a Jerusalém e, durante três dias, estive lá sem contar nada a ninguém do que Deus me tinha inspirado a fazer pela cidade.

12 Depois de noite, levantei-me e saí com alguns homens. Levávamos apenas a montada em que eu ia.

13 Nessa noite, saí pela Porta do Vale em direção à fonte do Dragão e à porta da Estrumeira. Pude assim observar as muralhas de Jerusalém que estavam em ruínas e as suas portas destruídas pelo fogo.

14 Segui até à porta da Fonte e à piscina do rei e não havia lugar para passar o animal em que eu ia montado.

15 Avancei pelo vale do Cédron, ainda de noite, a observar a muralha e voltei de novo à Porta do Vale para entrar.

16 As autoridades não souberam para onde eu tinha ido nem o que fizera. Nessa altura, ainda nem sequer tinha informado os judeus, isto é, os *sacerdotes, os chefes e dirigentes, nem outras pessoas que iriam participar nos trabalhos.

17 Só depois é que eu lhes disse o seguinte: «Vejam em que desgraça nos encontramos: Jerusalém está em ruínas e as suas portas queimadas! Vamos nós mesmos reconstruir as muralhas de Jerusalém e não continuemos mais nesta situação vergonhosa.»

18 Quando lhes expliquei como o meu Deus me tinha ajudado e lhes contei o que o rei me dissera, eles responderam: «Sim, vamos ao trabalho!» E corajosamente puseram mãos a esta obra magnífica.

19 Ao saberem disto, Sanebalat de Horon, Tobias o funcionário amonita e o árabe Guéchem, fizeram pouco de nós e disseram-nos com altivez: «Que é que pensam fazer? Querem revoltar-se contra o rei?»

20 E eu tive de lhes responder: «O Deus dos céus há de fazer-nos sair bem desta empresa. Nós, seus servos, vamos começar a reconstrução de Jerusalém e os senhores não têm nada que se meter neste assunto, pois não têm direito, nem propriedade, nem motivos de recordação nesta cidade.»

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