Job 13 BPT09

Job desejaria dialogar com Deus

1 «Tudo isto fui eu vendo e ouvindoe fui pouco a pouco compreendendo.

2 Aquilo que vocês sabem também eu sei,não sou menos que vocês.

3 Quem me dera poder falar com o Todo-Poderoso,para assim poder discutir com Deus.

4 Pois vocês têm palavras insensatase são como médicos charlatães!

5 Seria melhor ficarem calados;seria da vossa parte uma atitude de sabedoria.

6 Prestem atenção ao que eu tenho para conversar,ouçam a questão que eu quero discutir.

7 Será que se devem expor a Deus os pecadose não se lhe podem expor os problemas?

8 Será que Deus fica irado,se alguém pretende discutir com ele?

9 Achavam bem que ele vos sujeitasse a julgamento?Tentariam enganá-lo, como se engana um homem?

10 Pois ele há de repreender-vos com toda a certeza,se forem injustos, mesmo às escondidas.

11 A sua grandeza não vos atemoriza?Não se sentem cheios de medo diante dele?

12 Os vossos argumentos são leves como o póe a vossa réplica é uma muralha de lama.

13 Calem-se e deixem-me a mim falar.Não me importa o que me possa acontecer!

14 Seja o que for, mesmo que as minhas palavrasponham em risco a minha própria vida!

15 Se ele me condenasse à morte, eu teria confiançae defenderia diante dele o meu comportamento.

16 Se o conseguir, será a minha vitória,pois ninguém de má-fé consegue chegar à sua presença.

17 Escutem bem o que tenho a dizer,deem ouvidos ao que eu vou expor.

18 Eu próprio apresentei a questão,porque sei que estou inocente!

19 Quem quer vir discutir comigo?Se agora me calo, acho que morro!

20 Ó Deus, só te peço dois favores,para não ter que me esconder de ti:

21 afasta de mim os teus castigose que o teu furor me não oprima.

22 Depois podes perguntar que eu respondoe podes replicar ao que eu disser.

23 Que maldades ou pecados tenho eu?Mostra-me os meus crimes e pecados!

24 Por que é que desvias de mim o olhare me tratas como teu inimigo?

25 Precisas de meter medo a uma folha caídaou correr atrás de uma palha seca?

26 Fizeste contra mim um relatório de rebeldiase continuas a fazer-me pagar por erros da infância.

27 Prendes os meus pés com cadeiase observas todos os meus passos,anotando em pormenor toda a minha vida.

28 Mas a minha vida desfaz-se como madeira podre,como roupa que a traça vai roendo.»

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