Mateus 13 TB10

Uma série de parábolas. A parábola do semeador

1 Naquele dia, saindo Jesus de casa, sentou-se junto ao mar;

2 chegaram-se a ele grandes multidões, de modo que entrou numa barca e se assentou; e todo o povo ficou em pé na praia.

3 Muitas coisas lhes falou em parábolas, dizendo: O semeador saiu a semear.

4 Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram-na.

5 Outra parte caiu nos lugares pedregosos, onde não havia muita terra; logo nasceu, porque a terra não era profunda;

6 e, tendo saído o sol, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se.

7 Outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram.

8 Outra caiu na boa terra e dava fruto, havendo grãos que rendiam cem, outros, sessenta, outros, trinta por um.

9 Quem tem ouvidos, ouça.

Porque usou de parábolas. A explicação da parábola do semeador

10 Chegando-se a ele os discípulos, perguntaram: Por que lhes falas em parábolas?

11 Respondeu-lhes: Porque a vós vos é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é isso dado.

12 Pois ao que tem dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem até aquilo que tem, ser-lhe-á tirado.

13 Por isso, lhes falo em parábolas, porque, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem.

14 Neles se está cumprindo a profecia de Isaías, que diz:Certamente, ouvireis e de nenhum modo entendereis;certamente, vereis e de nenhum modo percebereis.

15 Pois o coração deste povo se fez pesado,e os seus ouvidos se fizeram tardos,e eles fecharam os olhos;para não suceder que, vendo com os olhose ouvindo com os ouvidos,entendam no coração e se convertam,e eu os sare.

16 Mas ditosos são os vossos olhos, porque veem; e os vossos ouvidos, porque ouvem.

17 Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis, e não no ouviram.

18 Ouvi, pois, vós a parábola do semeador.

19 Quando alguém ouve a palavra do reino e não a entende, vem o Maligno e tira o que tem sido semeado no seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho.

20 O que foi semeado nos lugares pedregosos, é quem ouve a palavra e logo a recebe com alegria;

21 mas não tem em si raiz; antes, é de pouca duração; e, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.

22 O que foi semeado entre os espinhos é quem ouve a palavra, mas os cuidados do mundo e a sedução das riquezas abafam a palavra, e ela fica infrutífera.

23 O que foi semeado na boa terra é quem ouve a palavra e a entende, e verdadeiramente dá fruto, produzindo a cento, a sessenta e a trinta por um.

A parábola do joio

24 Jesus lhes propôs outra parábola: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo.

25 Mas, enquanto os homens dormiam, veio um inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e retirou-se.

26 Porém, quando a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio.

27 Chegando os servos do dono do campo, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Pois donde vem o joio?

28 Respondeu-lhes: Homem inimigo é quem fez isso. Os servos continuaram: Queres, então, que vamos arrancá-lo?

29 Não, respondeu ele, para que não suceda que, tirando o joio, arranqueis juntamente com ele também o trigo.

30 Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e no tempo da ceifa direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio e atai-o em feixes para o queimar, mas recolhei o trigo no meu celeiro.

A parábola do grão de mostarda

31 Mais outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e plantou no seu campo;

32 o qual grão é, na verdade, a menor de todas as sementes, mas, depois de crescido, é a maior das hortaliças e faz-se árvore, de tal modo que as aves do céu vêm pousar nos seus ramos.

A parábola do fermento

33 Ainda outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar toda ela levedada.

Por que falou em parábolas

34 Todas essas coisas falou Jesus ao povo em parábolas e nada lhes falava sem parábolas;

35 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta:Abrirei em parábolas a minha bocae publicarei coisas escondidas desde a criação.

A explicação da parábola do joio

36 Então, tendo deixado as turbas, entrou Jesus em casa. Chegando-se a ele seus discípulos, disseram: Explica-nos a parábola do joio do campo.

37 Ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem;

38 o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do Maligno;

39 o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o fim do mundo, e os ceifeiros são anjos.

40 Pois, assim como o joio é ajuntado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.

41 O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino tudo o que serve de pedra de tropeço e os que praticam a iniquidade

42 e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá o choro e o ranger de dentes.

43 Então, os justos brilharão como o sol no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.

A parábola do tesouro escondido

44 O reino dos céus é semelhante a um tesouro que, oculto no campo, foi achado e escondido por um homem, o qual, movido de gozo, foi vender tudo o que possuía e comprou aquele campo.

A parábola da pérola

45 O reino dos céus é também semelhante a um negociante que buscava boas pérolas;

46 e, tendo achado uma de grande valor, foi vender tudo o que possuía e a comprou.

A parábola da rede

47 Finalmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede que foi lançada no mar e apanhou peixes de toda espécie.

48 Depois de cheia, os pescadores puxaram-na para a praia; e, sentados, puseram os bons em cestos, mas deitaram fora os ruins.

49 Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos,

50 e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá o choro e o ranger de dentes.

Coisas novas e velhas

51 Entendestes vós todas essas coisas? Responderam-lhe: Entendemos.

52 Então, acrescentou: Por isso, todo escriba instruído no reino dos céus é semelhante a um pai de família que do seu tesouro tira coisas novas e velhas.

53 Tendo Jesus concluído essas parábolas, partiu dali.

Jesus prega na sinagoga de Nazaré. É rejeitado pelos seus

54 Chegando à sua terra, ensinava o povo na sinagoga, de modo que muitos se admiravam e diziam: Donde lhe vêm esta sabedoria e estes milagres?

55 Não é este o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas?

56 Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isso?

57 Ele lhes servia de pedra de tropeço. Mas disse-lhes Jesus: Um profeta não deixa de receber honra, senão na sua terra e na sua casa.

58 Não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade do povo.

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