Cântico 2 TB10

1 Eu sou um narciso de Sarom,Uma açucena dos vales.

2 Qual uma açucena entre espinhos,Tal é a minha amada entre as mulheres.

3 Qual a macieira entre as árvores do bosque,Tal é o meu amado entre os homens.Sento-me com grande gozo à sua sombra,E o seu fruto é doce ao meu paladar.

4 Leva-me ele à sala do banquete,E o seu estandarte sobre mim é o amor.

5 Sustentai-me com passas,Confortai-me com maçãs,Pois desfaleço de amor.

6 A sua mão esquerda está debaixo da minha cabeça,E a sua direita me abraça.

7 Eu vos conjuro, filhas de Jerusalém,Pelas veadas e pelas gazelas do campo,Que não acordeis nem desperteis o amor,Até que queira.

8 É a voz do meu amado! eis que ele vem,Saltando sobre os montes, pulando sobre os outeiros.

9 O meu amado é como o veado ou filho da gazela:Eis que está por detrás da nossa parede,Olha pelas janelas,Lança os olhos pelas grades.

10 Falou o meu amado, e disse-me:Levanta-te, amada minha, formosa minha, e vem.

11 Pois, eis que já passou o inverno,Já se foi e cessou a chuva.

12 As flores aparecem na terra:Já chegou o tempo de cantarem as aves,E a voz da rola ouve-se na nossa terra.

13 A figueira começa a dar os seus primeiros figos,E as vides estão em flor,Elas emitem a sua fragrância.Levanta-te, amada minha, formosa minha, e vem.

14 Pomba minha, que andas pelas fendas do penhasco, pelo esconderijo das ladeiras,Mostra-me o teu rosto, e faze-me ouvir a tua voz;Porque a tua voz é doce, e o teu rosto formoso.

15 Apanhai-nos as raposas, as pequenas raposas que fazem mal às vinhas;Pois as nossas vinhas estão em flor.

16 O meu amado é meu, e eu sou dele;Ele apascenta o seu rebanho entre as açucenas.

17 Antes que refresque o dia e fujam as sombras,Volta, meu amado, e faze-te como o veado ou o filho da gazela,Sobre o monte de Beter.

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