Tobias 10 BPT09D

A aflição de Tobite e de Ana

1 Durante todo esse tempo Tobite contava um por um os dias que Tobias deveria gastar na viagem até Ragués e de volta para casa. Quando terminaram os dias que Tobite havia calculado, e Tobias ainda não tinha voltado,

2 Tobite disse: «O que será que aconteceu? Por que será que ele se está a demorar tanto para voltar? Se por acaso Gabael morreu, então lá não há ninguém para entregar o dinheiro ao meu filho.»

3 E Tobite começou a ficar preocupado.

4 Ana, a sua esposa, disse: «O meu filho morreu! Não tenho dúvidas de que ele está morto!» E começou a chorar e a lamentar-se pelo filho, dizendo:

5 «Ai de mim, meu filho! Tu eras a luz dos meus olhos! Por que é que te deixei ir embora?»

6 Mas Tobite disse: «Acalma-te, querida. Não te preocupes. Ele está bem. Alguma coisa está a atrasá-lo. O homem que foi com o nosso filho é de confiança e além disso é nosso parente. Não te preocupes, querida. Com certeza ele já está de volta para casa.»

7 Mas Ana respondeu: «Fica calado e deixa-me em paz. Não tentes enganar-me. Eu sei que o meu filho morreu.» Todos os dias ela saía de casa e ia espiar a estrada pela qual o filho havia ido quando partiu. Ela não ligava a ninguém e só depois do pôr do sol é que voltava para casa, passando a noite inteira a chorar e a lamentar-se, sem poder dormir.

Tobias resolve voltar para casa

8 Passadas as duas semanas da festa de casamento que Raguel tinha jurado fazer para a sua filha, Tobias foi falar com ele e disse: «Deixa-me voltar para casa, pois eu sei que os meus pais já perderam a esperança de me ver outra vez. Por favor, deixa-me voltar para a casa do meu pai. Eu já te disse como foi que o deixei.»

9 Raguel respondeu: «Não, meu filho, fica aqui comigo, e eu mandarei alguns mensageiros levarem notícias tuas ao teu pai.» Mas Tobias disse: «Não, de forma nenhuma. Por favor, deixa-me voltar para a casa do meu pai.»

10 Então Raguel entregou a sua filha a Tobias e deu-lhe também metade de tudo o que tinha: empregados e empregadas, bois, vacas, ovelhas, jumentos e camelos, roupas, dinheiro e utensílios domésticos.

11 Raguel deixou-os ir em paz e despediu-se de Tobias, dizendo: «Vai em paz, meu filho! Que tudo te corra bem! Que o Senhor do céu faça com que tu e Sara, a tua esposa, fiquem sempre bem na vida; e que eu não morra sem ver os vossos filhos.»

12 Depois disse a Sara: «Vai para a casa do teu sogro. Daqui em diante o teu sogro e a tua sogra serão os teus pais, como eu e a tua mãe. Vai em paz, minha filha, e que eu sempre possa receber boas notícias a teu respeito.» Raguel despediu-se deles e deixou que fossem embora.

13 E Edna disse a Tobias: «Meu filho, meu querido parente, que o Senhor te traga de volta, e que eu não morra sem ver os vossos filhos. Que o Senhor seja minha testemunha de que te entrego a minha filha. Cuida dela e nunca faças nada que a deixe triste. Vai em paz, filho. Daqui em diante eu sou a tua mãe e Sara é a tua esposa querida. E que Deus nos abençoe, a todos nós, todos os dias da nossa vida!» Então beijou os dois e deixou que fossem em paz.

14 E assim Tobias partiu da casa de Raguel bem de vida e feliz, louvando o Senhor do céu e da terra, Rei do Universo, por ter abençoado tanto a sua viagem. As suas últimas palavras a Raguel e Edna foram as seguintes: «Que o Senhor me ajude a honrar-vos todos os dias da minha vida.»

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