17 Que estas palavras vos sirvam de lembrança. Mas finda esta breve interrupção, voltemos agora à história.
18 Eleazar, um dos mais destacados mestres da lei, homem avançado em idade e de belíssima aparência, foi forçado a abrir a boca e comer carne de porco.
19 Mas ele, preferindo morrer com honra a viver na abominação, caminhou voluntariamente para a tortura.
20 Cuspiu a carne, como devem fazer os que têm a coragem de rejeitar o que lhes não é permitido provar, mesmo por amor à vida.
21 Ora, os homens encarregados deste banquete ritual, proibido pela lei, em virtude de há muito conhecerem este homem, tomaram-no à parte e insistiram com ele para que levasse consigo carne de que lhe fosse lícito servir-se, preparada por ele mesmo, e fingisse estar a comer das carnes do sacrifício prescritas pelo rei,
22 a fim de, agindo assim, escapar à morte, e gozar deste gesto de humanidade da parte deles, em virtude da antiga amizade.
23 Mas ele tomou uma nobre decisão, digna da sua idade, devido prestígio que a sua velhice lhe dava, distinção conquistada com os seus cabelos brancos, como também da sua conduta impecável desde criança, mas principalmente digna da lei instituída por Deus; respondeu em conformidade que o mandassem, sem demora, para o mundo dos mortos.