Judite 2 BPT09D

A guerra contra as nações do Oeste

1 No ano dezoito do reinado de Nabucodonosor, no dia vinte e dois do primeiro mês do ano, houve no palácio do rei uma reunião para tratar do juramento que ele tinha feito, de vingar-se dos povos que tinham recusado ajudá-lo na guerra.

2 Para essa reunião, foram convocadas todas as autoridades civis e militares, e o rei contou o que havia resolvido secretamente, isto é, destruir todos aqueles povos.

3 Todas as autoridades concordaram que deveriam ser mortos os que não tinham obedecido à ordem do rei.

4 Depois de contar o seu plano, o rei mandou chamar Holofernes, que era o chefe do exército e o segundo em autoridade depois do rei. Nabucodonosor disse a Holofernes:

5 «Eu, Nabucodonosor, o grande rei e o senhor do mundo inteiro, ordeno que vás imediatamente e escolhas soldados valentes e experientes: cento e vinte mil de infantaria e doze mil de cavalaria.

6 Marcha com eles contra todos os países do ocidente, pois os povos desses países fizeram pouco caso da minha ordem.

7 Manda que se entreguem, sem fazerem nenhuma exigência, pois estou furioso com eles e vou atacá-los. Os meus soldados marcharão por toda aquela região e levarão tudo o que têm.

8 Os seus feridos hão de encher os vales; os corpos atirados aos rios e aos ribeiros serão tantos que haverá enchentes.

9 E os que não forem mortos irão como prisioneiros para os lugares mais distantes do mundo.

10 Holofernes, vai à minha frente e conquista-me toda aquela região. Se os povos de lá se entregarem, prende-os e deixa-os vivos até que eu vá e os castigue.

11 Mas se resistirem, então não tenhas dó nem piedade; mata todos e leva tudo o que encontrares nos territórios que forem conquistados.

12 Juro pela minha vida e pelo poder do meu reino que cumprirei todas as minhas ameaças.

13 Não deixes de fazer tudo o que ordeno. Eu sou o teu rei. Cumpre as minhas ordens ao pé da letra e sem demora.»

14 Holofernes saiu da presença do rei e mandou chamar todos os generais, os comandantes e os oficiais superiores do exército assírio.

15 Conforme o rei tinha ordenado, Holofernes escolheu os melhores soldados, cento e vinte mil de infantaria e doze mil atiradores de flechas montados a cavalo,

16 e colocou-os em formação para marchar.

17 Levou um grande número de camelos, jumentos e mulas para carregar as cargas. Para alimentar os soldados, Holofernes levou muitos carneiros, bois, vacas e cabritos.

18 Cada soldado tinha o bastante para comer e cada um recebeu uma boa quantia de ouro e prata tirada do tesouro do rei.

19 Então Holofernes e os seus soldados saíram a marchar, indo adiante do rei Nabucodonosor. Era tanta gente que os carros de guerra, os cavaleiros e os soldados da infantaria cobriam toda a região Ocidente.

20 Com eles, foi uma imensa multidão de soldados; eram tantos que não se podiam contar. Pareciam gafanhotos ou o pó da terra.

21 Saíram de Nínive, marcharam três dias, até chegarem à planície que fica perto de Bectilet, e acamparam perto das montanhas que ficam a norte da alta Cilícia.

22 Com todo o seu exército, isto é, a infantaria, a cavalaria e os carros de guerra, Holofernes foi até à região montanhosa.

23 Ele destruiu completamente os países de Put e de Lud e levou tudo o que tinham os moradores de Rassis e tudo o que tinham os ismaelitas que viviam perto do deserto ao sul de Queleom.

24 Depois Holofernes atravessou o rio Eufrates e marchou pela Mesopotâmia, destruindo as cidades cercadas de muralhas que ficavam nas margens do rio Abrona, até que chegou ao mar.

25 Conquistou o território da Cilícia, matando todos os que lutaram contra ele, e chegou até à fronteira sul da região de Jafé, perto da Arábia.

26 Cercou os madianitas, queimou as suas tendas e levou os seus rebanhos de ovelhas.

27 Em seguida Holofernes desceu até à planície que fica ao redor de Damasco. Isso aconteceu durante a colheita de trigo. Pôs fogo a todas as colheitas, matou os rebanhos de ovelhas e o gado, levou as coisas de valor que havia nas cidades, deixou os campos arrasados e matou todos os rapazes à espada.

28 Todos os que moravam no litoral do mar Mediterrâneo ficaram com muito medo dele, isto é, os moradores de Tiro e de Sídon, de Sur e de Oquina, de Jâmnia, de Asdod e de Ascalon. Todos ficaram apavorados.

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